terça-feira, 1 de outubro de 2013



? Quien Soy ?



Placer, yo soy yo.
Un joven negro en la piel y en la conciencia
hecho en la periferia de una ciudad periférica
llamada Hortolândia donde vivo desde niño.
Suburbano convencido, hasta las últimas consecuencias.

21 años contradiciendo las estadísticas
permitiendo mi duda y buscando quiem soy
entre 7 mil millones, aquí estoy.
Pero, soy solo gente de la gente,
y cada día me veo diferente.

Yo soy lo que soy: lo que prometió y lo que robaste.
Soy lo que digo, lo que siento, ló que pienso...
És por eso que tanto me castigaste?

Soy todas las canciones desconocidas
que suenan en los oídos.
Soy todos los problemas e los miedos
que me enfrento con una sonrisa.
Soy las historias de mi pueblo,
y todo lo que he conocido

Hoy, soy el ser humano frágil
que intenta ser coherente.
Soy todos los que no se inclinan
y los que piensan diferente.

Siento que soy una gran cantidad de personas...
Cada dia soy uno!
En la actualidad, soy uno estudiante sin escuela,
los niños en la calle,
los trabajadores sin trabajo.
Soy la Vía Campesina
y todos indígenas colonizados:
Guaraní Kaiowá en Brasil
Mapuches en Chile.

En Bahía, soy el gran Pedro Bala
en Chile, tambien soy Allende.
Fidel, soy en Cuba.
En Venezuela, Soy Chávez.
Argentina, soy Che.

En São Paulo, soy Pinheirinho y Milton Santos en protesta
soy ló que sufrieram las Madres de Mayo.
Hoy, yo soy Frida, pero nunca callo.

Soy Olga Benário, Joana Darck,
soy la apedreada Geni de Chico Buarque.
En África, soy Mandela,
yo soy el Maradona de mi tierra.
Soy Fela Kuhti, soy Marighella!

Soy fuerte como el viento,
como un río que todo lo arrastra.
Persistente como el sol
Que nace y renace.

En poetry soy Brecht, soy Neruda y soy Leminsk.
Como ellos, soy muchos hombres y mujeres.
Nosotros somos la luz!
La luz que no se desvanece,
sino que también no se ilumina.
Al final, somos todos América Latina
'Un pueblo sin piernas, pero que camina'.


sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Grito catarses


É proibido calar catarses! É proibido calar catarses!
Válido para os tímidos e desinibidos.
Neste ambiente fica expressamente proibido calar catarses!
Melhor dizendo: de hoje em diante
está todo mundo proibido de calar catarses.
Não só aqui, mas em todo lugar.
Não só a seus diferentes, mas também a seus iguais.

Foi decidido pelo fórum de um gueto preto e popular
com poder de decisão acima de todos os tribunais:
calar catarses é crime; que não se cometa nunca mais!
Seja nos sarais, nas periferias, nas universidades
ou diante das forças policiais, iremos todos gritar catarse!
Denunciaremos o ódio em forma de preconceito,
dissolvendo o ranço de 400 anos de subjugo incapaz.


Povo da minha cor, sangue do meu sangue
filhos dos meus ancestrais, todos gritaremos:
não haverá amor nessa porra nunca mais!
Até porque enquanto não existir justiça, é justo que não haja paz!
É por isso que eu grito catarse.
É por isso que é proibido calar catarses!
De hoje em diante, todos estão proibidos de calar catarses.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Em quadros

Em quadro.
Enquadro.
Em um, cabe a arte pós-moderna do rico.
No outro, cabe ao fardado milico
a arte de transformar preto pobre em bandido.
Em quadro.
Enquadro.
Depois das 22h
rua pra mim fica embaçado
quem é da cor já tá ligado
não quero mais problema pro meu lado!
Vixi... mas aí ó, num falei? nem demorou...
Enquadro.
Enquadrado:
revistado, humilhado, esculachado.
Forja aí Steve, é no 12 mesmo que ele vai ser qualificado:
10 pinos, 8 rochas e 5 baseados.
Leva pra DP esse neguinho folgado
que depois dessa ele tá enrolado.
Conclusão? Enquadrado!
Preso num quadrado.
Enquadro,
feito arte pintada num quadro todo judiado.
Arte concreta, realista e gradeada.
Em quadro,
enquadro,
enquadrado.
Puta que pariu.

Orgasmo

Num grito catártico misto de dor e agonia,
prevejo a vida escorrendo pelos dedos:
essa coisa fugidia que sai do corpo,
essa falência tardia de um aborto
que insiste no erro de tentar 
(sobre) viver.

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Barriga vazia




Parecemos tão perto...
pena, estamos distante:
a barriga, ainda com fome
não come, nem digere
o livro na estante!
Por mais que se repita,
por mais que se levante
o que nos move é belo, 
mas irrelevante.
Busque, vá mais adiante:
esqueça a tua prole!
Na vida sempre sofrida
um homem sem comida
é só sua magra barriga
vazia, sentindo fome.
Dessa coisa nada sai:
a palavra e o gesto
são metade, quase resto
porque a humanidade
já não lhe cabe mais.

terça-feira, 11 de junho de 2013

A Vida (panela de pressão)

Vida é assim:
sem sal, nem açúcar.
Sem tempero,
azeite ou açafrão.
É prato vazio.
Sem gosto,
tardia, magra
e amarga.
É pão seco.
É solidão,
numa panela de pressão.




sábado, 8 de junho de 2013

Quadros

Em quadro.
Enquadro.
No primeiro, a arte do rico.
No segundo, a arte de transformar
preto em bandido.

Periferia

Vagabundos
meretrizes
e desgraçados.
Malditos
viciados.
Ladrões
bêbados
malvistos
e favelados.

Um trago na realidade
e se revela todo o preconceito
escondido atrás do rico, do branco
do pobre e do preto.

Pode crê.
Periferia é periferia em qualquer lugar.
E é do nosso jeito!




domingo, 12 de maio de 2013

Um dia sonhei...


Enchi de socos a cara do MARINHO 
em pleno horário nobre,
e queimei todo o PROJAC 
com NEPALM e coq. MOLOTOV.

Prendi a quadrilha 
SARNEY,
RORIZ, 
ACM, 
MALUF e LULA,
torturei no pau-de-arara 
o inocente Coronel USTRA.

Fiz mendigar na rua 
ROBERTO JUSTUS e EIKE BATISTA,
condenei ALCKIMIN e SERRA 
pela política privatista.

Arremessei dois sapatos 
na cara do Pres. OBAMA,
e pisei descalço sobre CAPRILES 
e sua imatura fama.

Devolvi aos pobres 
a fortuna suja de EDIR MACEDO,
e expropriei para o povo
 ITAÚ, SANTANDER e BRADESCO.

Não economizei quando ROBERTO CAMPOS 
foi pro paredão,
achei uma gracinha quando 
a HEBE deitou em seu caixão.

Derrubei o pastor, deputado e infeliz
MARCO FELICIANO,
e tirei-lhe o direito em terra 
de reivindicar ser HUMANO.

sábado, 11 de maio de 2013

Quem aguenta?


E quando a policia se torna o bandido
E o bandido, pai de família trabalhador?

Tiozinho humilhado no bar da esquina
Três vidas pra criar: dois moleques e uma menina
E ainda tem que chamar ladrão fardado de senhor!

Quem aguenta?
Deus!

Respeito, por favor: terno e gravata, sou doutor!
Colarinho branco, ladrão do alto escalão.
Caneta na mão, movo um milhão pra conta do exterior.

Ninguém viu!
Se viu, mentiu.

... PSIU!!!

- Que papelão.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Processando...


O barato é louco, Jão
e o processo é lento, cê ta ligado!
Mas com o tempo, o barato sai caro
e o processo mais louco que o próprio barato.

Autonomia


Meus textos eu não os declamo.
Minhas poesias eu não as recito.
As palavras que comportam,
não se comportam como deviam.

Não devem, não temem, não tremem.
Não se reportam a nenhum líder.
Não se recolhem na ordem da PM

Meus textos e poesias, eu as clamo.
Clamo e reclamo, porque as amo!
E elas amam reclamar a mim.

Pobres palavras, vivem reclamando
a mando de mim...
E só de mim.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Capital vermelho-cinza


A cidade se desenvolveu depressa, olha só o que virou:
alguns prédios amontoados, ruas e calçadas sujas,
de mendigos, criminosos, policiais e camelôs.
Logo ali perto, longe da escola
moleque de 9 anos louco, na brisa da cola,
madame chique perde sacola na saída do metrô.
A cidade grande, não tão distante
de cinza vestiu-se em luto,
mas com tanto sangue nela,
ninguém nem reparou.