domingo, 29 de abril de 2012

Pelo hedonismo da vida e das formas concretas do pensar!

Numa sociedade líquida-moderna
Sólidos são os elos da corrente que nos prendem
Cada qual ao seu umbigo
Um-a-um em si mesmo

Envolto pelas benefes hedonistas
que carrega a multidão solitária
Solidária da sua própria causa
Dos seus próprios pensamentos
e egoísmos sem precedentes ou limites
Nessa história pobre e rala da desumanidade.

A multidão não tem coração
Não renasce, vive e nem morre.
Ela se arrasta pelo tempo.
Perdura não sei como.
Mas existe, e só - mesmo sem vida!
Não é hereditária nem tradicionalista:
Existe simplesmente por existir
Sem razão de ser ou crer
Mas pela de sobreviver num submundo
Com suas unidades privadas de sub-humanos
Todos sub-amados e sub-julgados
Como bem deve sub-ser.

Donos de si acenam quando donos de nós
Donos dos laços de arame farpado
Produzem o alimento pra carro
Pra comprar a unidade que falta
e até a do trabalhador expropriado
Preso em si, algemado pela cortina de fumaça
Ancorado no seio direito da sociedade
e no ventre materno burguês da maldade.
Das relações vazias de afeto
Mas cheias de domínio e legitimidade.

O prazer ta na vida, mesmo se mal vivida.



quinta-feira, 5 de abril de 2012

"Você me chamou pra dançar aquele dia"

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Da série: Só sei dançar com você
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(...)
Me confundo num copo
De gelo e Whisky
Pra podermos nos deitar.

Cabeças leves, vazias feito o nada
Corações aflitos, mas cheios
Nos permitindo ao sentimento pétreo
Pai de todos os desejo que constituem os pensamentos avulsos
Na plataforma física e surreal do momento.

E num instante, até o tempo faz o mínimo de sentido
Ou até nenhum, mas isso já não importa
É meu carma.

Tomo mais uma dose da coragem sórdida
Que é pra não findar as sensações da pele
A carne da alma precisa respirar!
Às levarei comigo, e hão de serem conservadas
De modo a eterniza-las!
Daria minha palavra se ela já lhe valesse algo.

O pensamento transcorre e já beira a loucura
Minha língua vai passear pelo teu corpo
Teu corpo se retorce de vontade
E pede, em gestos, pra que dancemos
Corpo e alma em ritmo, na mesma sintonia
Embriagados pelo desejo livre de pudor
De provar do amor do outro.

Seu corpo pede.
O meu aceita.

Dançaremos a noite toda
Sem perder o compasso
E a beleza dessa melodia.



segunda-feira, 2 de abril de 2012

Até Então

Se se foi, que vá.
Não seria justo insistir pra ficar.

E se se vai, vai lento
Vai devagar
Vai como quem não queria ir
Vai pedindo pra ficar.

Mas vai.
Longe vai.

O mesmo que veio.
De novo, e de novo
É ele quem vai
E vai com presa
que é pra logo voltar
Vai com tudo
que é pra não se cansar.

Só peço que não se perca
E guarde os nossos beijos
nossos passeios
noitadas
biritas
mensagens
conversas
geladas.
Faça disso tudo experiência
de uma estória mal contada.

Mas se se foi, que vá!
Já disse: não seria justo insistir pra ficar!

Mas o que deus fez de justo nessa vida tão sem graça?!
Não consigo me lembrar.
Aqui, me sobra injustiça
E não cabe no travesseiro
Quando tento me deitar.

Pode ir indo, que tão logo não irei atrás.