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O fato do “racismo” permear e dar o
tom de toda a conversa com os entrevistados foi, de fato, crucial para que
pudéssemos notar - por mais que já esperássemos por isso- o quão ainda somos
uma sociedade grandemente racista e o quanto os negros são atingidos de forma
direta ou indireta por isso, e ainda, como esse tipo de preconceito se estende
para os diversos campos da vida no cotidiano, seja diante da família, da
educação, da política e até mesmo diante da própria cultura, na maioria das
vezes, marginalizada frente às tantas outras. Preconceito este que, em grande
parte da sociedade se vê enraizado na forma do pensamento hegemônico, fruto
natural de uma prática racista secular que marginaliza os negros e quase tudo
que dele advém, desprezando todo o fardo histórico que carregam.
(...)
Penso que os vídeos-entrevista foram,
por si só, muito claros e incisos no que o grupo pretendia descobrir através da
pesquisa e, posteriormente, divulgar aos colegas de sala: o racismo existe e a
democracia racial, ainda hoje, esta bem longe de ser uma verdade por completa.
Avalio, com grande estima e admiração, a fala do colega Gustavo que, após a
apresentação do grupo, este se pronunciou de forma muito aberta e sincera à
sala, dizendo ter mudado de opinião em relação à questão do negro no Brasil,
tendo em vista o conteúdo do nosso trabalho. Notei também, que após o término
da apresentação apenas duas pessoas se pronunciaram (Gustavo e Igor), o que me levou
pensar o quanto a simplicidade e a vivacidade da fala dos entrevistados foram
capazes de sensibilizar as pessoas, deixando sem argumento os que insistiam em
discursos anti-políticas de afirmação racial, pois acabavam de ver de perto, e
pela boca dos que mais tem propriedade para falar, o racismo que ainda hoje
impera sobre a nossa sociedade. Não que estes também tenham mudado de opinião
assim como o colega Gustavo, mas imagino que, pelo menos, sentiram o peso da
carga histórica que fundamenta todo o discurso de que não são adeptos, a ponto
de serem impelidos a permanecerem calados.
Já que o racismo esta enraizado em tudo, inclusive nas forças de expressão, eu vou dizer:
ResponderExcluir- E a situação do negro no Brasil continua preta.
nós somos um país hipócrita que não olha para o próprio umbigo. incrível como até hoje as pessoas ainda sofrem com o racismo.
ResponderExcluirPoxa parceiro! Gostaria de ter visto (esse) seu trabalho. Você tem o material ainda?
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