terça-feira, 26 de junho de 2012

Meio relato das reflexões sobre o negro no Brasil contemporâneo


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O fato do “racismo” permear e dar o tom de toda a conversa com os entrevistados foi, de fato, crucial para que pudéssemos notar - por mais que já esperássemos por isso- o quão ainda somos uma sociedade grandemente racista e o quanto os negros são atingidos de forma direta ou indireta por isso, e ainda, como esse tipo de preconceito se estende para os diversos campos da vida no cotidiano, seja diante da família, da educação, da política e até mesmo diante da própria cultura, na maioria das vezes, marginalizada frente às tantas outras. Preconceito este que, em grande parte da sociedade se vê enraizado na forma do pensamento hegemônico, fruto natural de uma prática racista secular que marginaliza os negros e quase tudo que dele advém, desprezando todo o fardo histórico que carregam.

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Penso que os vídeos-entrevista foram, por si só, muito claros e incisos no que o grupo pretendia descobrir através da pesquisa e, posteriormente, divulgar aos colegas de sala: o racismo existe e a democracia racial, ainda hoje, esta bem longe de ser uma verdade por completa. Avalio, com grande estima e admiração, a fala do colega Gustavo que, após a apresentação do grupo, este se pronunciou de forma muito aberta e sincera à sala, dizendo ter mudado de opinião em relação à questão do negro no Brasil, tendo em vista o conteúdo do nosso trabalho. Notei também, que após o término da apresentação apenas duas pessoas se pronunciaram (Gustavo e Igor), o que me levou pensar o quanto a simplicidade e a vivacidade da fala dos entrevistados foram capazes de sensibilizar as pessoas, deixando sem argumento os que insistiam em discursos anti-políticas de afirmação racial, pois acabavam de ver de perto, e pela boca dos que mais tem propriedade para falar, o racismo que ainda hoje impera sobre a nossa sociedade. Não que estes também tenham mudado de opinião assim como o colega Gustavo, mas imagino que, pelo menos, sentiram o peso da carga histórica que fundamenta todo o discurso de que não são adeptos, a ponto de serem impelidos a permanecerem calados.

3 comentários:

  1. Já que o racismo esta enraizado em tudo, inclusive nas forças de expressão, eu vou dizer:

    - E a situação do negro no Brasil continua preta.

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  2. nós somos um país hipócrita que não olha para o próprio umbigo. incrível como até hoje as pessoas ainda sofrem com o racismo.

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  3. Poxa parceiro! Gostaria de ter visto (esse) seu trabalho. Você tem o material ainda?

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