quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Querer (mesmo que seja tudo e ao mesmo tempo!).

Não me surpreende mais os meus complexos, repentinos e um tanto estranhos desejos. Querer isso, querer aquilo assim e assado. Desejos são apenas desejos, e que as vezes nem condiz com uma eventual concretização ou realização. Mas os meus desejos estão sempre ali coexistindo de certa forma na minha mente e me influenciando no mundo real por mais tosco, idiota e momentâneo que ele seja.

Tudo que faço no meu dia a dia é em consequência destes desejos. Não os forço, são naturais. Não os recrimino, são inocentes. Não me culpo, eles se formam inconscientemente em minha cabeça.

Sua inconveniência muitas vezes me compromete. Fico pensando como seria bom se agisse por si só, se agisse pelo correto sem influência interna de meus escrotos estímulos. Talvez faria mais sentido todo o contexto da história e eu ainda teria um caminho traçado a seguir. Eu não deitaria toda noite perplexo pelo o que aconteceu neste dia e pensativo pelo o que pode vir a acontecer amanhã.

Desejos vão e vem e bagunçam minha vida. Ora eles acertam, ora eles erram feio, e quando erram, preciso de muitos outros para concertar a falha do anterior, além de muita sorte para combina-los e explora-los na hora certa.

Não vou mentir: alguns se sobressaem sobre outros. Já desejei ter, desejei fugir, me esconder, enganar. Desejei falar, beijar,abraçar. Desejei ter medo, ser lucido, careta e viajante. Já desejei essa , aquela, ela, ele, esse e aquele. O bem e o mal. Ser o chato e o legal. Desejei fúria, sossego e sucesso. Desejei a morte, a vida, a esperança , a decência, a indecência e até a decadência.

Quando era pra respeitar eu desejei tirar um barato. Quando era pra apagar desejei acender mais um. Quando era pra dormir eu desejei virar a noite. Quando era pra ficar só eu desejei companhia. Quando era pra trabalhar eu desejei ficar a toa. Quando era pra ter uma desejei ter várias. Quando era pra amar eu desejei a solidão. Quando era pra enxergar eu desejei fechar os olhos. Quando era pra ver o sol desejei olhar pra lua. Quando era pra desejar eu desejei não desejar, e o fiz com vontade e como poucas as vezes, com muita sabedoria e conciência.

Então desejei tirar a areia dos olhos e dizer: Eu desejo deseja-la, e assim se fez.
É assim hoje, e quem sabe amanhã. Talvez não devesse desejar os meus desejos. Talvez devesse apenas desejar como de costume, viver em prol disso e nada mais.

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